Desde que as mídias sociais se tornaram plataformas profissionais para as marcas e suas agências, o questionamento se o digital seria capaz de matar e substituir a mídia tradicional aparece em debates, eventos e workshops sobre a área. Mudanças de hábitos estão transformando a forma de consumir mídias de massa e isso está afetando também a publicidade.
Nos últimos anos, a audiência está pulverizada em vários meios e canais. A Globo, por exemplo, certamente está preocupada com a queda de audiência dos seus programas e principalmente das suas novelas. As chamadas de Babilônia, a próxima novela das nove, mostra que a produção reunirá alguns integrantes do dream team da emissora, tanto no elenco quanto nos bastidores. Mas será que a emissora, maior representante da mídia de massa no Brasil, ainda é capaz de atrair, conquistar e fidelizar milhões de pessoas, como ela conseguiu durante décadas?
A resposta, como você desconfia, é negativa. Há dez anos, tínhamos a internet como alternativa interessante para entretenimento do lar. Hoje, através dela, temos aplicativos, jogos com gráficos cada vez mais realistas e a Netflix, que faz parte da vida de Silvio Santos. Como deixar os anunciantes ainda interessados em investir no intervalo comercial, que é o momento perfeito para dar uma olhada nos comunicadores instantâneos do celular?
Faz tempo que as “campanhas que sorriem”, protagonizadas por famílias e modelos felizes, duramente criticadas por Toscani, estão agonizando, mas é questão de tempo as campanhas seguirem o estilo de linguagem do programa Tá No Ar, que é exibida na TV tradicional, mas faz questão de conversar com o público que faz questão de compartilhar sua opinião nas mídias sociais, gerando curiosidade em quem leu o tweet ou post e fazendo a audiência aumentar alguns pontos entre os novos formadores de opinião. Por isso que vários programas não abrem mão em fazer parcerias e exibir tweets e comentários feitos em tempo real no Facebook. As campanhas com produções muito caras estão passando o bastão para as que investem em conteúdos potencialmente interativos.
Como disse, a audiência da TV aberta está cada vez mais espalhada. Se antes a TV por assinatura pegava uma fatia deste bolo, centenas (quem sabe, milhares) de produtores de conteúdo – vlogueiros e podcasters – viram prioridade dos mais jovens, ameaçando seriamente as verbas dos anunciantes para as emissoras tradicionais. As marcas já investem nesta mídia nos canais com maior audiência, pois eles têm a vantagem de impactar muitas pessoas por tempo indeterminado, já que os episódios não possuem prazo de validade para sair do ar. E as agências precisam se adaptar a forma de criar as chamadas para estas mídias, que são feitas em parceria com os donos das mídias.
Quem acompanha o blog já percebeu que faz tempo que agências gringas se dedicam a criar ações publicitárias feitas na vida real, mas que tenham potencial de gerar buzz nas mesas de bar, no Twitter, Facebook, WhatsApp e Instagram, alguns dos pilares do marketing digital. Acredito que este é o caminho para todas agências brasileiras, como alguns cases inscritos em Cannes nos últimos anos já demonstrou ao mercado.
As edições em tablet de jornais e revistas oferecem cada vez mais possibilidades dos anúncios se tornarem tão atraentes quanto as matérias, como esta peça da Bradesco Seguros.
Portanto, a publicidade não vai morrer, apenas se adaptar aos rumos das mídias tradicionais e digitais. Se antes os formatos estavam previamente estabelecidos pelos jornais, revistas, rádio e TV, hoje muitas opções surgem para impactar o público, que está consumindo mídia e conteúdo em várias plataformas e ao mesmo tempo.
Como o mercado publicitário está encarando esta realidade? Continue o assunto compartilhando a sua experiência.
Olá, Caio! Tudo bem?
Eu gostaria de publicar no Blogcitário um artigo de minha autoria sobre Marketing, dando ênfase às marcas. Existe essa possibilidade?