Quem trabalha em agência de publicidade, sabe que é necessário botar a mente para funcionar em jobs dos mais diversos tipos: de folheto para supermercado até uma página dupla da Veja para um produto Classe A.
Mas, de vez em quando, aparece na mesa de um criativo um job de produtos e/ou serviços que o cara não consome ou pior, simplesmente odeia.
Na minha época de estagiário, uma cervejaria ligou para a agência querendo saber mais sobre os nossos serviços (isso mesmo. O milagre aconteceu: empresa procurando, de forma espontânea, uma agência). Meu dupla ficou empolgado, pois é uma categoria que rende muito dinheiro e, quem sabe, não poderia inscrever a campanha em premiações regionais. Ele só não contava que o diretor recusaria a oferta por ser evangélico e não gostar de cerveja de forma nenhuma. Meu colega não acreditava no que tinha ouvido, mas acabou se conformando. Afinal, a agência não era dele.
Mas o criativo é funcionário e tem que trabalhar em cima desses projetos que ele não curte. Aí entram os dilemas: sabotar a campanha colocando o maior dos clichês nas peças? Tentar botar uma mensagem subliminar contra a empresa anunciada? Ou engolir a antipatia pela marca e tentar fazer o trabalho com profissionalismo?
Mesmo com tantas dúvidas, uma coisa é certa: o trabalho tem que ser feito, mesmo que seja para estimular o consumo de um produto que todo mundo sabe que vicia e faz mal à saúde. Afinal, são essas idéias que garantem o salário do autor das mesmas.
Embora eu nunca tenha trabalhado em uma agência, aprendi (não com a faculdade, mas sim com a vida), que quando se quer fazer sucesso, independente da profissão, temos que nos manter longe de todo e qualquer preconceito.
Quando se fala de publicidade, é evidente que a cada dia o consumidor está mais exigente (e chato), portanto, cabe ao criativo se virar e ter ideias geniais para agradá-lo, infelizmente, ainda existem as mensagens subliminares, porém, em minha opinião, acredito que esse tipo de mensagem está se confundindo com a arte da persuasão, a perseguiçao é tão grande que tem gente que diz que usar a cor vermelha em um anúncio de alimentos, faz apologia ao sexo..e bla bla bla… Mas enfim, faz parte.
Aspirantes a publicitários também possuem dilemas…A cada instante que passa, descubro que quem deseja trabalhar com criação, tem que engolir muito sapo, mas mesmo assim, a cada dia me convenço que nasci pra isso!
Parabéns pelo post, Caio..como sempre, excelente! =)
Péssimo post,
Se entre seus dilemas está a possibilidade de sabotar uma campanha ou botar uma mensagem contra o anunciante, realmente é melhor recusar o cliente.
uma vez um político de um partido que não simpatizo, procurou a agência onde trabalho.
mas não passou do atendimento.
Inacreditavel que tenha escrito isso! Publicitário que sabota e faz a propaganda contra seu próprio cliente? Isso existe? Acho que deveria recusar né? Afinal de contas onde está a ética?
[…] de ter que criar para produtos que fazem mal à saúde, muita gente acha que trabalhar com publicidade é ser uma espécie de fábrica de idéias […]
Já pensei mto sobre isso e particularmente é algo q preciso refletir mais a respeito pois imagina se ao invés da cerveja fosse para cigarros? Como vc ficaria pensando q está persuadindo pessoas a colocarem sua saúde em risco, ou vai me dizer q não influencia?
Interessante questionamento?
Eu provavelmente agiria profissionalmente e faria o trabalho.
Agora… sabotar a marca??? Isso existe!? Uau!
[…] disso e não teve resultados imediatos. O que achei interessante é que já tinha discutido esse dilema no ano passado e também alguns comentaram que eu estava louco. Será que é o nosso trabalho […]