A arte da apresentação

Na semana passada, Jorge Martins fez um ótimo post mostrando um exemplo de como publicitário (na verdade, o atendimento), adora “encher linguiça” na hora de apresentar a criação de uma marca, mesmo quando ela não tem muitos pontos a seu favor.

Como eu comentei no post de Jorge, minha professora de redação publicitária disse algo que nunca mais esqueci: “é melhor criar uma peça bem entendida do que uma bem explicada”. No caso de uma marca, é claro que serão necessárias algumas explicações sobre os elementos do material criado, mas elas têm que ser breve. Se o discurso for a la Fidel Castro, certamente a marca não é tão boa quanto o seu criador imaginava.

Para mostrar que trabalhou duro no job e também justificar o investimento do cliente na agência, o atendimento prepara apresentações cansativas, que tiram o foco no que interessa: a marca ou a campanha criada.

Em 2005, participei do concurso da Central de Outdoor como estudante. O presidente do júri pediu aos concorrentes que defendessem a sua criação. A ordem era aleatória, ou seja, quem estivesse à vontade em apresentar, bastava subir ao palco e começar a falar.

Observei muitos estudantes gastando um tempo considerável para justificar o que estava impresso para todo mundo ver. Na minha vez, coloquei o conselho da minha professora em prática e mostrei a peça.

Depois, a defesa foi composta por apenas uma ou duas frases e todo mundo aplaudiu com entusiasmo. Se fosse veiculado, não poderia fazer o mesmo com o público, não é mesmo? Enfim, a peça levou o ouro regional e depois foi finalista nacional, conquistando o bronze.

Quando criar a sua próxima apresentação, pensei nisso: tempo é dinheiro e quanto mais você economizar o seu e o do seu cliente, todo mundo sai no lucro.