O Hackvertising foi praticado na frente de milhões de telespectadores no intervalo do debate da Record e quase ninguém percebeu. O momento exato foi o comercial da Burger King sobre o significado do voto branco e nulo para uma eleição. Enfim, você verá como a marca está se tornando uma especialista neste tipo de campanha.
Afinal, o que é Hackvertising?
Hackvertising, como o nome sugere, é aplicar o conceito hacker na campanha. Ou seja, implantar na mensagem um fator que pegue as pessoas de surpresa e as deixem com vontade de compartilhar. Portanto, é um conceito semelhante ao marketing de guerrilha, que teve seu auge há alguns anos.
Os executivos do Burger King e da David, agência responsável pelas campanhas, estão por trás deste conceito. Vale lembrar que já faz algum tempo que eles aplicam esse estilo, como você verá logo abaixo.
Exemplos de Hackvertising
Para você entender a definição de Hackvertising, vale lembrar o case onde o comercial do Whooper ativava o Google Home de quem estava assistindo ao comercial quando o ator perguntava ao dispositivo o que era o sanduíche. Na prática, o comercial de 15 segundos conseguiu dobrar o impacto sem pagar a mais por isso. Logo depois, o Google criou um bloqueio para este comando especial.
Os cinemas de Peru não deixam nenhum alimento entrar nas salas além de um saco de pipoca. Por isso, eles criaram um saco falso onde dava para colocar o sanduíche.
Outra forma de hackear a propaganda é entrar nos assuntos mais quentes de forma orgânica, como se fosse anúncio de oportunidade. Quando a neutralidade da rede estava sendo discutida no congresso dos EUA, a marca usou o preparo do Whooper para explicar como a medida seria ruim. Quem paga menos, esperava mais para receber o hambúrguer e quem pagava mais recebia mais rápido.
Como você provavelmente viu, o comercial sobre voto branco e nulo segue a mesma linha de raciocínio.
Dicas para criar Hackvertising
No Festival de Cannes deste ano, os executivos da Burger King e David compartilharam algumas dicas de como criar essas ações, mesmo elas sendo arriscadas.
Deixe o advogado a postos. Nesta entrevista, a Meio e Mensagem perguntou a Ariel Grunkraut, diretor de vendas e marketing do Burger King Brasil, sobre a possibilidade do comercial exibido durante o debate político ser levado ao Conar ou TSE. Por isso, caso queira criar algo inusitado, deixe sua equipe jurídica a postos.
Analise os dados. Para identificar o momento certo para entrar em uma conversa, é necessário ouvir as pessoas. O comercial do voto branco não seria tão impactante se fosse veiculado no início da corrida eleitoral, por exemplo.
Encontre uma porta de entrada. Depois de identificar o assunto, prepare o argumento para entrar. Como a ação que a BK fez ao cancelar um dia de venda do Whooper justamente no dia do McLanche Feliz e indicar o maior concorrente.
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