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5 motivos negativos do post da Marisa para o dia das mães

5 motivos negativos do post da Marisa para o dia das mães

Uma das principais habilidades que um profissional de mídias sociais precisa é timing para aproveitar a assunto do momento, seja um fato ou notícia que está na “boca do povo”. Quem criou o post sobre o Dia das Mães para a Marisa fez isso, mas de um modo totalmente errado, apesar de ter gerado milhares de likes e comentários elogiando a peça.

Vou listar os motivos que, na minha opinião, faz este post ser um desastre.

Usar trocadilho de forma infeliz

O trocadilho é usado com frequência na publicidade e mídias sociais há muito tempo. Não há nada demais neste recurso, que faz o público reconhecer a mensagem imediatamente. Mas usar o próprio nome da marca envolvendo uma pessoa morta e assunto político indica que a “piada” veio em primeiro lugar, sem levar em consideração os sentimentos da família que a perderam recentemente.

Marca não deve comentar sobre política

Existe a recomendação de que as empresas tenham um relacionamento mais humano nos seus posts. Isto é bem diferente do que foi feito, onde a marca manifestou opinião sobre determinado assunto, mesmo em forma de “brincadeira”, que dividem opiniões. Afinal, a Marisa quer vender tanto para quem apoia a direita quanto a esquerda, não é mesmo?

Arena para debate

À primeira vista, deve ser bom um post receber mais de oito mil comentários (até o momento da publicação deste texto), mas um olhar mais cuidadoso vai encontrar pessoas que esqueceram completamente o assunto do post e focaram em “bater boca” sobre política. E a maior parte destas pessoas dificilmente voltarão ao perfil para curtir e comentar outros posts. Tanto que as publicações mais recentes estão na média habitual de engajamento.

O impacto offline

Os dirigentes da Marisa devem estar satisfeitos com o desempenho do post, já que trouxe mídia espontânea para ela. É muito fácil mensurar o conteúdo, mas, como mencionei no tópico anterior, certamente deixou uma impressão negativa em uma parcela dos seus consumidores, que podem ter repassado suas impressões para as amigas que não são tão conectadas, mas são clientes da loja. E muitos que elogiaram o post, certamente não costumam comprar por lá. Será que vale tudo pelo lacre, como eu escrevi no Medium?

Transferência de responsabilidade

A primeira ideia que me ocorreu quando fiquei sabendo deste post é refletir na razão que a marca estava “culpando” o consumidor em deixar a mãe sem presente. Todos sabemos que esta é a segunda data comercial mais importante do ano e mesmo assim ninguém é obrigado a entrar em uma loja para realizar uma compra.

O que me assustou é que alguns profissionais, que tenho contato em grupos de WhatsApp e Facebook, acharam o post “genial”. É preocupante constatar que muitos criativos não se importam em perder alguns clientes para não perder a piada. Não é à toa que, até hoje, muita gente ainda acha que publicitário precisa ser “engraçado”, “descarado” e outros adjetivos que fazem parte do estereótipo da profissão.

Quero saber a sua opinião sobre o assunto.

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5 Comentários

  1. Toda analise se torna indiferente se o resultado for percebido em vendas. Achei que o texto poderia mensurar como foram as vendas nas lojas para sabermos até onde a antipatia gerada por parte do publico é realmente um diferencial no momento da decisão de compra ou se a mídia espontânea gerada por ações assim compensa isso. Sem numero, tudo fica só na teoria e achismo.

  2. Não achei negativo como você afirma no post.
    Comentamos isso em mesa de bar no fds e o pessoal gostou, inteligente e tempestivo , inclusive alguns esquerdistas que na mesa estavam

  3. Não faz muito tempo uma propaganda parodiando a Marta Suplicy (relaxa e goza), na qual o ator caraterizado dizia : “relaxa e compra”, foi retirada do ar rapidinho, pq esta não teve o mesmo destino ?
    Não sou contra, em nenhum dos dois casos mas acho que a “ferramenta” é a mesma. Dois pesos e duas medidas.

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