Artigo

O teste da mãe

Ser publicitário é padecer no inferno de forma divertida. Enquanto você cria conceitos da campanha no meio da pressão do Diretor de Criação e do cliente, as idéias vão saindo e sendo depositadas no papel. Depois da sua seleção darwiniana, A Idéia toma forma e, finalmente, as peças estão prontas para serem apresentadas. Como você acha que a sua idéia está digna a concorrer a Cannes, você vai com o seu querido filho para casa. Mas não resiste e pede a opinião da pessoa que mais te ama no mundo: a sua mãe.

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Se você faz isso para ganhar confiança, existem duas opções que podem ocorrer: ela dizer “tá legal, filho” sem olhar direito para as peças ou ela incorporar a crítica de publicidade e apontar os defeitos da campanha e, como bônus, sugerir o novo título, imagem e o que estiver presente diante dos seus olhos afiados.

Eu faço esse teste apenas quando considero que a minha mãe faz parte do público-alvo da campanha. Desta forma dá para sentir como alguém com características parecidas com a dela reagiria com a idéia do anúncio. Como ela já está acostumada com esse tipo de avaliação, ela pára alguns segundos e depois dá a sua opinião se gostou ou não. Mas sem antes sugerir “pequenas” mudanças, claro.

Se o cliente adora fazer isso, porque a pessoa que mais nos ama faria diferente, não é?

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