Hard Sell não é para qualquer um

Há alguns dias, a Record está exibindo um “polêmico” teaser da nova temporada do seu reality show, A Fazenda.

Muita gente interpretou que a emissora do bispo Edir Macedo fez uma provocação direta à Globo quando mostrou o robô do Big Brother Brasil apanhando no vídeo. Como resposta, a Vênus Platinada pensa em processar a Record por causa disso.

Na publicidade, essa prática é conhecida como Hard Sell (já falei sobre este termo aqui) e não é muito praticada no Brasil, mas é muito comum no exterior.

O detalhe é que o Hard Sell em terras gringas é briga entre cachorros grandes, que têm consciência que as suas marcas são fortes o suficiente para o público saber quem está atacando quem e tomar partido. Geralmente o ataque vem da empresa “mais fraca”, como neste comercial da Pepsi.

Voltando ao Brasil, existem casos mais sutis como da Nesvita comparando com a Activia e outros mais agressivos como a Amanco contra a Tigre.

Neste caso, desculpe o trocadilho, a Amanco cutucou o tigre com a vara curta. Na época que este comercial foi veiculado, a empresa era nova no mercado e estava provocando diretamente uma marca que é sinônimo de categoria. Acredito que muita gente fez igual a um amigo meu: quando falava sobre a Amanco, dizia “tubos e conexões Tigre”.

E qual é a atitude que “as vítimas” tomam? Geralmente elas ficam quietas, pois sabem que tem uma base de consumidores fiéis à sua marca e essas propagandas de certa forma faz os adversários reconhecerem a qualidade delas. Afinal, ninguém quer se comparar com algo inferior, não é?

É por isso que essa prática de se comparar com o líder de mercado pode ser divertida para o público, mas no final das contas, sua empresa só estará reconhecendo indiretamente como a grama do vizinho é mais verde. Por isso, pense bem antes de usar essa arma. O feitiço pode se virar contra o feiticeiro.