Artigo

O dilema da criatividade publicitária

Já faz tempo que escrevi por aqui que Mad Men é uma aula de publicidade quando resolve falar sobre o assunto por mostrar que o mercado norte-americano dos anos 50 não é tão diferente do nosso. Além disso, a série serviu de base para discutir sobre a sinceridade do publicitário diante do produto de alguns clientes.

E Mad Men iniciou a sexta temporada (The Doorway, Part 1 & 2) muito bem ao com algumas tramas, entre elas sobre a criatividade de Don sendo colocada à prova. Durante apresentação do anúncio para a rede de hotéis, o Diretor de Criação explica de forma quase poética o anúncio abaixo que tem o texto “Havaí. O ponto de partida”.

Anuncio_Mad_Men

Don começa o discurso explicando que eles não estão vendendo o Havaí e sim, uma experiência. Segundo o publicitário, as pegadas no layout sugerem que o homem desceu do avião e foi curtir suas férias. Mas o que o Cliente vê e entende é que o cara cometeu suicídio, como aconteceu em um filme e logo questiona onde está o hotel, a fachada, etc.

O episódio abordou uma questão interessante: até que ponto o anúncio que o criativo achou genial digno de Cannes realmente serve para o objetivo do Cliente? Ao contrário do que muito profissional faz, é necessário prestar atenção nas opiniões do anunciante, pois ele tem praticamente o mesmo ponto de vista do público, que não acompanhou a linha de raciocínio do publicitário no processo de criação. E um dos piores defeitos de um anúncio ou campanha é dar margem a diversas interpretações sobre a mensagem.

Por isso que o Diretor de Criação tem que ser um profissional que tenha capacidade de julgar de forma imparcial a qualidade do trabalho que será apresentada ao Cliente e resistir em vender uma campanha que só servirá pra prêmio nos festivais da vida.

Quero saber de você, leitor: na primeira vez que você olhasse para o anúncio que ilustra o post, você o aprovaria?

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1 Comentário

  1. O título é ruim. Não disse nada e deu margem para ambigüidade. ‘O Don esqueceu neste job que publicidade não é Literatura. O genial tem que ser simples e óbvio.

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