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As Eleições na Era das Redes Sociais

Depois das eleições americanas de 2008, todo candidato quer se tornar Obama. Ou seja, ser eleito com a ajuda das redes sociais e obter a admiração da maioria dos eleitores. Fazer campanhas e ter um slogan poderoso que seja ecoado pelos quatros cantos do planeta, se possível.

Ao contrário das previsões dos especialistas, depois do primeiro debate presidencial na Band, Plínio Arruda se tornou o “Obama brasileiro”. É claro que ele “nasceu” do nosso jeito. Ele alcançou o TT mundial no Twitter não por causa das suas propostas, da sua rede de milhões de eleitores dispostos a contribuir voluntariamente com a campanha ou pelo carisma e sim pelo fato de ter adotado uma postura inusitada perante os outros candidatos. Virar meme de humor certamente não vai garantir a eleição do candidato do PSOL, mas renderá mais visibilidade e alguns percentuais na corrida presidencial.

Esse é apenas um exemplo dentre tantos que surgirão para ilustrar como as atitudes dos candidatos vão repercutir nas redes sociais e, conseqüentemente, no marketing político. A equipe terá que redobrar a sua atenção a todos os detalhes da campanha, pois o mínimo escorregão do candidato pode ferir seriamente a imagem do mesmo. Que o diga Dilma Rousseff, que teve os seus “melhores” momentos além da gafe sobre a baixada santista no Jornal Nacional coletados e jogados no Youtube. Certamente estes fatos deram munição para quem é contra a candidata a produzir paródias, ironias e piadinhas sobre a candidata do PT.

Ou seja: as redes sociais se tornaram um soldado poderoso na guerra política. O problema é que, às vezes, a arma pode estar apontada para o próprio aliado. Cabe ao especialista em mídias sociais trabalhar junto com a equipe para garantir que esse tiro cause o menor dano possível na imagem do candidato.

É bem provável que a eleição do próximo presidente do Brasil não se tornará um case do nível de Obama, mas certamente vai ensinar aos próximos candidatos a não desprezar o poder de fogo que o eleitor passou a ter nas redes sociais.

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5 Comentários

  1. No meu ponto de vista, o grande diferencial do povo brasileiro é não se levar muito a sério, mesmo quando o assunto deveria ser tratado dessa maneira. Da mesma forma que acreditamos que praticamente tudo acaba em pizza em determinados assuntos, também transformamos tudo em piada, mesmo quando o assunto não tem a menor graça – ou pelo menos não deveria ter, em alguns casos. Nessa eleição a grande piada é acreditar que qualquer candidato possa conseguir mudar o resultado da eleição através de votos conquistados nas redes sociais, ou mesmo tantar fazer um prognóstico utilizando o conteúdo gerado nas mesmas, pois acho que ainda não existe um software de monitoramento capaz de captar o sarcasmo e a ironia de muitos comentários existentes. Só saberemos se estou errado após o pleito, vamos esperar pra ver!

  2. Além de ter inventado o verbo “tantar” – era para tentar mesmo – esqueci de comentar que minha afirmação de acreditar que não fará diferença no resultado final se deve ao fato do número de eleitores nas redes sociais ser baixo se comparado ao total. O número de usuários é expressivo, mas se excluirmos as pessoas jurídicas, os não votantes e perfis “fake”, o número deve ser proporcionalmente bem menor do que o da eleição nos Estados Unidos.

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